Eu li: PERCY JACKSON E OS OLIMPIANOS

Olhe, eu não queria ser um meio-sangue.

"Nossa, mas você só leu Percy Jackson agora?" Pois é... Sim! Um grande clássico de quem foi adolescente no início da década de 2010, e só dei a famosa chance nesse ano. Sabe quando você compra um livro muito empolgado e ele fica anos parado na sua estante torcendo pelo lindo momento de você pegar e ler? Comprei todos os cinco livros da série na Bienal do Livro de 2013 e só decidi me deliciar com esse fantástico universo de Rick Riordan nesse período de isolamento social em 2020. O que aprendemos com isso? Nunca é tarde para uma boa história.

Caso você não conheça a saga Percy Jackson e os Olimpianos, tire a Névoa do seu rosto e esqueça completamente os filmes produzidos pela Fox! Aqui, entramos em um universo onde toda a mitologia grega é real e se adaptou aos dias atuais. Os deuses que conhecemos se relacionaram com mortais, dando origem à meios-sangue: metade humano, metade deus. Percy é um deles e, com apenas 12 anos, descobre isso da maneira mais absurda possível. Junto de seu amigo sátiro Grover e da estrategista Annabeth, nosso protagonista aprenderá muito sobre sua própria origem como semideus no Acampamento Meio-Sangue, e enfrentará vários obstáculos que tangenciam uma grande profecia que ameaça todo o Olimpo.

Como muitos que lerão isso sabem, eu dediquei - e ainda dedico - muito da minha vida à saga Harry Potter. Sempre foi uma história acolhedora pessoalmente. Não sei se por isso, mas acredito que me fechei demais para outros universos de fantasia; eis que abri meu coração para esse imenso e diverso universo que é o de Percy Jackson. Essa primeira saga consiste em cinco livros: O Ladrão de Raios, O Mar de Monstros, A Maldição do Titã, A Batalha no Labirinto (meu favorito) e O Último Olimpiano. Já que começamos a acompanhar Percy e seus amigos ainda bem crianças, é natural que acompanhemos em cada livro um amadurecimento deles, bem como a própria história, ganhando um ar de seriedade e até senso de urgência aos acontecimentos.

Como um amigo meu disse, "Percy Jackson é como uma divertida e intensa road trip". Acho que não existe definição melhor. Além de acompanharmos nossos heróis sempre em longas jornadas em busca de algo muito importante para salvar o Olimpo, é uma história muito agradável e animada. Seja pela própria escrita de Rick Riordan, ou pela própria diversão de reimaginar os deuses da mitologia grega vivendo no cotidiano.

Costumo dizer que o que me interessa mais em livros é a evolução dos personagens e como isso faz a história andar. Aqui, acontece justamente isso. São cinco livros rindo das narrações irônicas de Percy enquanto vemos ele aprender a respeitar e compreender o próximo; concordando com a sensatez de Annabeth e torcendo por sonhos altos; e, claro, morrendo de amores pela fofura e pela preocupação de Grover com seus amigos, e o vendo ser mais corajoso do que parece. Foi prazeroso conhecer esses e outros personagens em O Ladrão de Raios e foi ainda mais prazeroso ver tudo o que eles foram capazes de fazer em O Último Olimpiano.

Pois é, alguém que sempre se encantou com a magia de Hogwarts, se apaixonou e embarcou nessa divertida e intensa road trip para além do Acampamento Meio-Sangue. A primeira história do menino disléxico que não queria ser um semideus diz muito sobre assumir responsabilidades, valores fraternais e, claro, que você pode ser muito mais do que lhe foi destinado a ser. Que lindo presente Rick Riordan nos deu compartilhando o mundo do Cabeça de Alga. E ainda bem que esse mundo vai para além dos cinco livros!

Vou terminar esse texto com a melhor das notícias. Depois da tentativa fracassada da adaptação desses livros para os cinemas, finalmente os fãs foram agraciados com uma segunda chance com uma nova adaptação em formato de série para o Disney+, sob os cuidados do próprio autor dos livros. Ainda não há datas oficiais dessa produção, mas pode ter certeza que, assim que assistirmos, falaremos dela aqui. Fique então com esse anúncio feito pelo próprio Titio Rick:

And that's a wrap, folks. Dessa vez, não olhei para trás.